segunda-feira, 20 de junho de 2011

Há escolas que são gaiolas e há escolas que são asas.

Rubem Alves









Escolas que são gaiolas existem para que os pássaros desaprendam a arte do vôo. Pássaros engaiolados são pássaros sob controle. Engaiolados, o seu dono pode levá-los para onde quiser. Pássaros engaiolados sempre têm um dono. Deixaram de ser pássaros. Porque a essência dos pássaros é o vôo.

Escolas que são asas não amam pássaros engaiolados. O que elas amam são pássaros em vôo. Existem para dar aos pássaros coragem para voar. Ensinar o vôo, isso elas não podem fazer, porque o vôo já nasce dentro dos pássaros. O vôo não pode ser ensinado. Só pode ser encorajado.

Comentários

Escolas para mim deveriam ser como escolas que são asas, pois as vezes precisamos apenas de uma oportunidade para mostrar o que realmente queremos e podemos fazer, na minha vida passei por 3 escolas, e todas me ensinaram muito porém nenhum dava a oportunidade nem a ajuda necessária para mostrar o que cada um gostaria de ser e o que poderia fazer para melhorar tanto a si quanto aos outros, escolas que sao gaiolas para mim sao como presidios, onde todos que estão lá sofrem alguma pena, e hoje em dia a maioria das escolas sao assim, porém tem alunos que vivem como gaiolas que por algum motivo vêem o que está apenas em sua volta sem ver seu futuro nem o que vive no presente outros simplesmente vivem a vida como a dos pais e assim por diante, mas também ninguém é livre por um lado todos devemos satisfações a alguém, quando fizemos nossos documentos declaramos para o governo quem somos, quando viajamos sabem onde estamos, quando trabalhamos sabem onde trabalhamos e assim por diante, temos uma vida controlada e ninguém foge disso, pagamos impostos que deveriam refletir em mudanças positivas para nós e nem sempre isso acontece por isso acho que vivemos sempre em um lugar que nos engaiolas e que não somos livres para fazermos o que queremos e que isso nao depende apenas de uma pessoa e sim do mundo inteiro.
Livres ou Engaiolados? Nunca tinha parado para pensar se minhas escolas foram, e são “asas” ou “gaiolas”. Hoje percebo que cada escola tem seu método e controle sobre os atos de suas escolas. Na primeira escola em que estudei foi apenas pré-escola e primeira serie, existiam regras de uniforme, para todos serem “iguais” não posso dizer se era uma escola que incentivava o potencial dos alunos ou que apenas passava o que estava dentro de um programa específico e programado, pois enquanto estive lá o principal era ensinar os alunos a ler e escrever. Na minha segunda escola estudei da segunda à oitava serie. Não era obrigatório o uso de uniforme, os alunos vestiam o que queriam. Mas era uma escola intermediária entre “asas” e “gaiola” existiam regras como não poder entrar no colégio depois do segundo período, e após o segundo período os alunos deviam ficar em sala de aula até o intervalo e respectivamente para sala de aula de novo. Acredito que se existisse a liberdade de ficar fora da sala de aula e entrar na sala em qualquer período, haveria muito mais alunos rodando, mas os que passariam seriam por interesse próprios e com o tempo os alunos iriam às aulas, mas não por obrigação da escola, mas pelas regras que eles mesmos se impõem. Dentro da sala de aula a maioria dos professores incentivavam os alunos a procurarem algo maior que apenas um ensino fundamental e médio, a cursarem escolas técnicas, faculdade e a trabalhar pelos seus sonhos, pois nada melhor do que alcançar seu sonho com o seu próprio trabalho, no final poderá dizer “enfim consegui” e mostrar um sorriso satisfeito com isso.
Asas e Gaiolas Com referencia no texto, deve-se parar e pensar.Pensando nas escolas, grande parte delas são gaiolas, nos prendem, e assim com o passar do tempo se desaprende a arte do vôo. Outras escolas, são as duas coisas, gaiolas e asas, asas quando nos dão o direito de escolha em assistir aula ou não, quando nos preparam para o futuro encorajando o voô, mas ao mesmo tempo gaiolas quando nos limitam a ser apenas uma determinada coisa, como aquelas que nos preparam para sermos apenas mão-de-obra qualificada mas não ensinam a ser empreendedor. Mas dentro de cada escola sempre existe uma portinha de as vezes se abre para mostrar como é lá fora. E está portinha são alguns professores que nos fazem refletir e nos encorajam a voar. Mas o difícil mesmo é encontrar escolas apenas asas. Na vida assim como as escolas, outras coisas aqui também se encaixam. Como um relacionamento entre pais e filhos, algumas são asas, nos incentivam, encorajam, ajudam a bater as asas e voar, estimulando cada vez mais a crescermos, agirmos o próximo e ser feliz. Para ser realmente feliz precisamos ser livres. Mas no entanto outro pais engaiolam seus filhos, lhes tirando o direito de escolha, esquecendo que eles devem ser criados também para o mundo, e assim eles acabam desaprendendo a arte do vôo. Nisso também se encaixa o amor, o namoro, o casamento. _Será que são asas ou gaiolas? _Acredito que para algumas pessoas se tornam uma gaiola sim, mas a outras fazem um bem danado e dão coragem para se voar cada vez mais alto. Varias outras coisas, quase todas ou milhares delas se encaixam entre asas e gaiolas. Aqueles que tem a visão do que é ser asa, de como é, poderiam e deveriam ajudar os outros, retribuir aquilo a sociedade aquilo que lhe foi dado. _De que forma? _ Do jeito que melhor achar! Através de diálogos, encorajando-as a voar, através de projetos para aprenderem a fazer coisas para ganhar seu sustento e independência, estimulando o voô que está adormecido dentro delas. _ E você, sua vida é Asa ou Gaiola? Somos uma sociedade Asas? No meu ponto de vista, a escola em que eu estudei por dez anos, era do tipo “escola gaiola”, pois a intenção era de manter o aluno na sala de aula, independentemente do desempenho do professor, o aluno não tinha opções, entrou na escola era pra ficar só na sala de aula, geralmente a qualidade de ensino desses professores eram média, eles não eram do tipo “professores incentivadores”, eu sei que não é esse o papel do professor, mas eles não puxam o conteúdo, logo, não nos esforçamos muito, é como se tivéssemos com tudo dado, talvez essa falta de incentivo tenha sido muito pior para alguns, pois vi muitos colegas desistirem de estudar e não ter uma formação fundamental, as minhas escolhas não foram afetadas pelo método de ensino de nenhum professor, sempre tive o pensamento de fazer a prova para o CAVG e consegui ingressar na escola. Já a minha escola atual tem uma enorme diferença, não existe um certo controle de quem assiste ou não a aula, os professores não exigem a tua presença, eles querem a tua atenção, que tu se concentre, mas se tu não quer assistir as aulas, o problema é teu, ninguém te obriga a ficar sentado, isso pra mim define o aluno interessado do aluno que não se interessa por nada, o prejuízo é dele mesmo, talvez haja essa diferença entre o CAVG e a outra escola, devido ao CAVG ser uma escola técnica, com alunos que estão lá para aproveitar o máximo do curso e se formar técnicos em alguma área, a outra escola por ser de pré-história, ensino fundamental e médio, eles não iriam dar um pouco de liberdade para uns alunos e os outros não poderem fazer o mesmo, aí unificam as regras, é o mais fácil para eles. Em relação a oportunidade que eu tive e tenho de estudar em escolas federais, eu nunca pensei no que fazer em troca de todos esses anos de ensino gratuito, nunca pensei em quem eu poderia ajudar, nem nas maneiras de beneficiar alguém, mas aí quando eu vejo as pessoas, até mesmo minhas próprias colegas de aula, citando suas idéias, eu paro e penso “como eu não pensei nisso antes”, por serem coisas tão simples, que qualquer um poderia fazer, talvez sem valor para mim mas com muito valor para outros, eu já descarto a opção, de qualquer forma eu sempre vou poder achar uma forma de ajudar alguém. Os problemas da população são tantos, e tão poucas pessoas se disponibilizam para ajudar, reservar um pouco do seu tempo para o bem do próximo, um desconhecido, ensinar alguma coisa, interagir, dar um pouco de atenção. Muitas pessoas pensam em fazer algo bom, mas é muito fácil encontrar pedras no caminho e desistir assim, logo no primeiro obstáculo, ou não ter condições mesmo de contribuir, mas de qualquer forma sempre se dá um jeito. No mundo hoje em dia é tudo com o tempo contado, tudo é muito corrido, não se tem tempo de viver com calma e aproveitar, gostar e apreciar a vida, é tudo muito planejado, o fluxo não corre espontaneamente, todos estão preocupados com seus trabalhos ou com seus problemas, e os outros? É como se não existisse mais nada fora as pessoas do nosso convívio, tudo muito fechado, como se as outras pessoas fossem um resto, inferiores, isso é uma negatividade. Não existe a liberdade para as pessoas nem entre elas, é como um professor me disse, a liberdade é uma palavra muito complexa, com um ou vários significados para cada pessoa. Quando as pessoas são livres? Ser livre não significa ser solteiro, ou ser maior de idade, ter um emprego, casa própria, por que sempre haverá as regras, as leis de um determinado lugar, uma pessoa superior a ti, pessoas podem ser independentes, mas totalmente livres não.
Tem pessoas que conciliam muitas coisas, que estão bem como são, como estão, aproveitam a vida da sua maneira, mas e as outras que só pensam em si mesmo, ou em adquirir as melhores coisas, pagar a faculdade ou a escola mais cara para o seu filho, dar um carro de 18 anos ou de formatura, isso é certo? Não deveriam ensinar o quanto é bom correr atrás do que queremos possuir e conquistarmos com o nosso próprio esforço, não daríamos mais valor do que ganhar assim apenas por que é uma data comemorativa? Eu penso que o ser humano é um bicho muito complicado de lidar, difícil de conviver, são todos diferentes, agem, falam, pensam diferente, fazem escolhas diferentes, são muitos os jeitos e as maneiras de cada um, mas com o tempo se dá um jeito em tudo, as “coisas” se acertam, ficam melhores ou pelo menos deveriam. Escolas gaiolas e escolas asas: Dois caminhos, muitas consequências Acredito que as escolas gaiolas são escolas onde os professores não incentivam os alunos, não mostram à eles que podem sim ser mais do que simples agricultores, não desmerecendo a profissão, mas essas pessoas do campo, crescem vendo seus pais arando, plantanto, colhendo, matando animais para consumo próprio e sendo enterrados no cemitério da região. Essas pessoas desconhecem o outro lado da vida. Elas não sabem o que é a cidade grande, não possuem meios de comunicação e mal escrevem seus nomes. Por isso, resta aos professores que vêm de fora, mostrar-lhes que a vida pode sim ser melhor, pode sim ter conforto sem tanto esforço. Os professores devem mostrar aos alunos que eles podem um dia usar uma caneta montblanc, fazer um cruzeiro no Caribe ou viajar à negócios num Gulfstream G650. Mas depende deles, e somente deles, encarar o novo mundo. Devem ter muita coragem de sair de suas casas e tentar uma outra vida, pois não é fácil deixar o berço, não é fácil crescer. A vida de adulto responsável exige uma cabeça forte e disposta a enfrentar barreiras, disposta à subir na vida como se fosse uma escalada. Mas a recompensa é grande. Quando estiverem no topo, visualizarão o horizonte e dirão que sim, valeu à pena todo o suor derramado, toda a sede passada e os calos nas mãos, obtidos pela falta de equipamento, devido à inesperiência. Diferente das escolas de asas. Essas possuem professores que estão ali para incentivar os alunos. Para dizer-nos: -O sucesso está à um passo de onde todos desistem! Siga e alcançarás teus objetivos!- Esses professores não lutam para que os alunos começem à estudar, e sim para que não parem! Não larguem os estudos por nada. Porque hoje-em-dia, qualquer profissão exige um bom português e matemática, aliás, exigem até mais, por isso o incentivo. Além do incentivo recebido, muitos professores nos ensinam à estender a mão ao pròximo, assim como fizeram conosco, devemos fazer com a sociedade, pois afinal, estudamos às custas dela. Ajudar os outros não é para reservar um lugar no céu, ao lado de Deus. Não! É para ajudarmos nossos filhos, netos, bisnetos... porque amanhã ou depois, quando eu não estiver mais aqui, quem vai encaminhar meus sucessores são essas pessoas. O exemplo? Bom, o exemplo será passado de geração à geração, e é assim que vamos ajudar a sociedade a transformar o planeta Terra, este mundo extremamente capitalista, num lugar mais mais humano para se viver, um lugar melhor. Isso sim é evoluir.
A final, todos gostaríamos de uma sociedade “Asas”. Existem escolas que não mostram o rumo certo a ser seguida, nem dão orientação para onde seguir. Essas escolas são as chamadas escolas “gaiolas”, não dão motivação, não incentivam a capacidade. Há lugares para a campanha onde as pessoas têm o pensamento muito fechado não sonham alto, não querem “ir mais além” aquela vidinha medíocre serve, acham que não tem capacidade e não enxergam outros mundos que são possíveis de ser alcançados. Porém há escolas que são “asas” dão incentivo, motivação, querem te ensinar para construir um futuro melhor, mas também tem que existir dentro de cada pessoa uma vontade. Pois ser alguém na vida hoje em dia é muito complicado, existe muita competitividade e sob todos os aspectos e para se conseguir alguma coisa bem ou mal tens que ser melhor que o outro e isso requer muito esforço. Mas não são somente escolas que agem desta forma, assim como existem escolas existem, existem relacionamentos, famílias, amizade, paixão que podem ser gaiolas ou asas. Um relacionamento no qual uma das duas pessoas (ou as duas) é “gaiola” dificilmente dará certo, pois em um relacionamento queremos o bem do outro. Se um dos indivíduos é ciumento demais chegando a possessividade o relacionamento fica muito complicado. Vou citar um exemplo: Uma menina muito ciumenta e que não permite que seu namorado visite seus amigos de vez em quando. O menino pode gostar muito da menina, porém começa a se afastar por se sentir preso e se permanecer junto à menina sempre vai se sentir engaiolado e não é para isso que um namoro servir. Mas existem os namoros que são “asas”, colocando na situação anterior, no momento em que o menino quisesse visitar seus amigos, eles combinavam de se ver mais tarde, assim o menino se sentiria mais livre e se continuasse com a menina era porque queria, não porque era preso. Já no caso das famílias é um caso bem delicado, muitas famílias criam seus filhos, fazem de tudo para estudarem bem e quando os filhos comunicam o que querem fazer são barrados, isto não é somente para o caso de festas, mas também para o caso de escolher o rumo que quer tomar na sua vida, é lógico que para o caso de festas os pais e o(s) filho(s) teriam que entrar em um consenso tanto para famílias “gaiolas” e para famílias “asas”. Existem mães que não gostam nem de pensar no dia em que o seu filho vai sair de casa e ter sua própria vida. Já minha mãe sempre teve uma frase em mente, a qual ela segue “Filhos são como flechas, cultivamos e depois lançamos para o mundo”. Acredito que ela vai sentir uma dor quando eu ou uma de minhas irmãs sairmos de casa, mas ao mesmo tempo vai estar feliz pois alcançamos nossos objetivos. Hoje em dia sei que é bastante complicado conviver com pessoas que possuem ideias diferentes as nossas, com opiniões e tudo mais, mas aí é o caso de entrarmos em um consenso. Não é “obrigando” as pessoas que gostamos a fazer aquilo que nos agrada que estaremos fazendo a coisa certa. O certo seria todos ajudarmos a essas pessoas que mantém os pensamentos fechados nos dias de hoje, ou que tem dificuldade em ser mais liberal em certos aspectos, a final todos gostaríamos de uma sociedade “Asas”. Asas X Gaiolas O título do texto – “Há escolas que são gaiolas e há escolas que são asas” – lido e debatido em aula, leva-nos a pensar quais os limites que conceituam esses polos tão distintos. Se por um lado, as gaiolas aprisionam e limitam o alcance dos pássaros, por outro, as asas nos libertam e permitem que cheguemos onde nosso voo pode alcançar. É importante, porém, lembrar que tal conceito aplicado por Rubem Alves às escolas da atualidade não se resume apenas a elas. Asas ou gaiolas vão além do ambiente educacional. Levando em consideração o texto discutido, a escola que é como uma gaiola acaba com as maiores chances do pássaro. Tentando ensinar a ele como voar, a escola limita sua “área” de voo – exatamente como em uma gaiola – e as suas expectativas resumem-se a passar de um puleiro para o outro, sem descobrir o que seria sair daquele ambiente para um jardim, para o “mundo real” É como colocar viseiras em um cavalo e fazê-lo olhar para onde você quer ir, sem que ele possa ser levado por aquilo que gostaria de fazer. Asas são para voar. Alcançar grandes distâncias e alturas. O pássaro é quem escolhe se vai sair e voar ou retornar à sua gaiola – esta é a escola que dá asas. Leva o pássaro a buscar por seu voo. Encoraja-o. Porém o que dizer de, por exemplo, pais que são asas, ou ainda gaiolas? Os pais criam seus filhos – filhotes, no caso dos pássaros – para a vida, ou deveriam. “Criar para a vida” – forte! Mas, para que vida? Para a vida que eles escolherem voar, seria o certo. Embora, os pais gaiolas, criem seus filhotes para voar, muitas vezes, a vida que eles viveram – é esta outra forma de privar pássaros do voo. Exigir que estes voem por onde você quer e não por si mesmos. Pais que são asas ensinam aos seus filhos o que podem, mas fazem questão que voem por suas próprias asas. Ainda outros aspectos em nossas vidas nos levam a pensar se voamos por nossas asas ou se somos engaiolados. Um relacionamento pode muito bem se tornar uma gaiola – para ambas partes. Assim como pode ser uma forma imediata de se encontrar para onde se quer voar e se livrar de gaiolas antigas. Seu trabalho, da mesma forma, se escolhido por um meio de encorajamento para que faça o que quer e gosta, será um trabalho que é como asa; já se chegar até o mesmo por obrigação – “Você tem que seguir a profissão de seus pais”. “Você deve trabalhar em um meio que lhe dê de fato muito dinheiro”. Ou: “Você está destinado a avançar até aqui e daqui não sairá, pois é o mais longe que poderá ir – então, logicamente será esse um trabalho que o engaiola”. Pensando de qualquer forma, em quaisquer aspectos, ou você escolhe asas, ou a gaiola. Uma gaiola não é diferente por ser um viveiro ou um parque natural cercado. Independente do quanto possa voar, nessas situações sempre haverá o momento em que seu voo entrará em conflito com os limites aos quais você se torna submisso. Você sempre estará preso, ainda que nem sequer voe a ponto de encontrar uma tela (e ainda mais felizes são esses). Já a asa sempre será asa – para ir, vir ou parar. Quando você desejar ela estará lá e poderá voar para onde, à velocidade e na direção que quiser. É só abri-las e junto com elas abre-se sua mente ara novos horizontes. O que podemos fazer para viver uma vida de asas – mesmo incluídos numa sociedade que nos impõe gaiolas? Pensar em cada passo (u batida de asas) como algo definitivo para o próximo voo. O que se pode deixar para cada um que não sabe se tem asas ou um dono que o engaiola? Não sabemos. Pergunte a si mesmo, porque se lhe dissermos o que fazer estaremos o engaiolando e um bom princípio para ser um pássaro que voa livremente é não cativar a outros. Nome: Ágata Schuerne. Nº: 614/09. Curso: Vestuário Integrado. Turma: 305.

domingo, 19 de junho de 2011

comentarios....

Anecessidade de bons profissionais( capacitados) nas creches.

Identificação de problemas na criança....

inclusão social...Normas e direitos do aluno.

O olhar diferenciado de politicos que passam por esse problemas na vida pessoal, estão lutando para modificar  as leis.

Diferença nas crianças que são criadas em paises diferentes...
ex: China e Africa.
Tratamentos e costumes. ( O meio promove um desenvolvimento maior).

Médico para adolescentes... Ebiatra.


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Maria Montessori priorizava os anos iniciais de aprendizado

Frase de Maria Montessori:

"A tarefa do professor é preparar motivações para atividades culturais, num ambiente previamente organizado, e depois se abster de interferir"

Maria Montessori, filha de Alessandro Montessori e Renilde Stoppani, nasceu como informa seu certificado de batismo, em 31 de agosto de 1870 em Chiaravalle, Província de Ancona, Itália.
Desde menina manifesta interesse pelas matérias científicas, principalmente matemática e biologia, resultando em conflito com seus pais, que possuíam o desejo que ela seguisse a carreira de professora.
Indo contra a expectativas familiares, ela se inscreve na Faculdade de Medicina da Universidade de Roma, escolha que a levou a ser, em 1896, a primeira mulher a se formar em medicina na Itália. Após sua formatura, iniciou um trabalho com crianças com necessidades especiais na clínica da universidade, vindo posteriormente dedicar-se a experimentar em crianças sem comprometimento algum, os procedimentos usados na educação dos que tinham comprometimento. Observou também, crianças que ficavam brincando nas ruas e criou um espaço educacional a estas crianças.
Responsável também pela criação do método montessori de aprendizagem, composto especialmente por um material de apoio em que a própria criança (ou usuário) observa se está fazendo as conexões corretas.


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Friedrich Froebel, o formador das crianças pequenas

O criador dos jardins-de-infância defendia um ensino sem obrigações porque o aprendizado depende dos interesses de cada um e se faz por meio da prática

Friedrich Froebel. Foto: Massimo Listri/Corbis/Stock Photos
O alemão Friedrich Froebel (1782-1852) foi um dos primeiros educadores a considerar o início da infância como uma fase de importância decisiva na formação das pessoas – idéia hoje consagrada pela psicologia, ciência da qual foi precursor. Froebel viveu em uma época de mudança de concepções sobre as crianças e esteve à frente desse processo na área pedagógica, como fundador dos jardins-de-infância, destinado aos menores de 8 anos. O nome reflete um princípio que Froebel compartilhava com outros pensadores de seu tempo: o de que a criança é como uma planta em sua fase de formação, exigindo cuidados periódicos para que cresça de maneira saudável. "Ele procurava na infância o elo que igualaria todos os homens, sua essência boa e divina ainda não corrompida pelo convívio social", diz Alessandra Arce, professora da Universidade Federal de São Carlos.

As técnicas utilizadas até hoje em Educação Infantil devem muito a Froebel. Para ele, as brincadeiras são o primeiro recurso no caminho da aprendizagem. Não são apenas diversão, mas um modo de criar representações do mundo concreto com a finalidade de entendê-lo. Com base na observação das atividades dos pequenos com jogos e brinquedos, Froebel foi um dos primeiros pedagogos a falar em auto-educação, um conceito que só se difundiria no início do século 20, graças ao movimento da Escola Nova, de Maria Montessori (1870-1952) e Célestin Freinet (1896-1966), entre outros.

Período Operatório Concreto .........Período Operatório Abstrato .........

   1 - A inteligência para Piaget é o mecanismo de adaptação do organismo a uma situação nova e, como tal, implica a construção contínua de novas estruturas. Esta adaptação refere-se ao mundo exterior, como toda adaptação biológica. Desta forma, os indivíduos se desenvolvem intelectualmente a partir de exercícios e estímulos oferecidos pelo meio que os cercam. O que vale também dizer que a inteligência humana pode ser exercitada, buscando um aperfeiçoamento de potencialidades, que evolui "desde o nível mais primitivo da existência, caracterizado por trocas bioquímicas até o nível das trocas simbólicas" (RAMOZZI-CHIAROTTINO apud CHIABAI, 1990, p. 3).

      2 - Para Piaget o comportamento dos seres vivos não é inato, nem resultado de condicionamentos. Para ele o comportamento é construído numa interação entre o meio e o indivíduo. Esta teoria epistemológica (epistemo = conhecimento; e logia = estudo) é caracterizada como interacionista. A inteligência do indivíduo, como adaptação a situações novas, portanto, está relacionada com a complexidade desta interação do indivíduo com o meio. Em outras palavras, quanto mais complexa for esta interação, mais “inteligente” será o indivíduo. As teorias piagetianas abrem campo de estudo não somente para a psicologia do desenvolvimento, mas também para a sociologia e para a antropologia, além de permitir que os pedagogos tracem uma metodologia baseada em suas descobertas.

      3 - “Não existe estrutura sem gênese, nem gênese sem estrutura” (Piaget). Ou seja, a estrutura de maturação do indivíduo sofre um processo genético e a gênese depende de uma estrutura de maturação. Sua teoria nos mostra que o indivíduo só recebe um determinado conhecimento se estiver preparado para recebê-lo. Ou seja, se puder agir sobre o objeto de conhecimento para inserí-lo num sistema de relações. Não existe um novo conhecimento sem que o organismo tenha já um conhecimento anterior para poder assimilá-lo e transformá-lo. O que implica os dois pólos da atividade inteligente: assimilação e acomodação. É assimilação na medida em que incorpora a seus quadros todo o dado da experiência ou ëstruturação por incorporação da realidade exterior a formas devidas à atividade do sujeito (Piaget, 1982). É acomodação na medida em que a estrutura se modifica em função do meio, de suas variações. A adaptação intelectual constitui-se então em um "equilíbrio progressivo entre um mecanismo assimilador e uma acomodação complementar" (Piaget, 1982). Piaget situa, segundo Dolle, o problema epistemológico, o do conhecimento, ao nível de uma interação entre o sujeito e o objeto. E "essa dialética resolve todos os conflitos nascidos das teorias, associacionistas, empiristas, genéticas sem estrutura, estruturalistas sem gênese, etc. ... e permite seguir fases sucessivas da construção progressiva do conhecimento" (1974, p. 52).

      4 - O desenvolvimento do indivíduo inicia-se no período intra-uterino e vai até aos 15 ou 16 anos. Piaget diz que a embriologia humana evolui também após o nascimento, criando estruturas cada vez mais complexas. A construção da inteligência dá-se portanto em etapas sucessivas, com complexidades crescentes, encadeadas umas às outras. A isto Piaget chamou de “construtivismo sequencial”.

      A seguir os períodos em que se dá este desenvolvimento motor, verbal e mental.

      A. Período Sensório-Motor - do nascimento aos 2 anos, aproximadamente.
      A ausência da função semiótica é a principal característica deste período. A inteligência trabalha através das percepções (simbólico) e das ações (motor) através dos deslocamentos do próprio corpo. É uma inteligência iminentemente prática. Sua linguagem vai da ecolalia (repetição de sílabas) à palavra-frase ("água" para dizer que quer beber água) já que não representa mentalmente o objeto e as ações. Sua conduta social, neste período, é de isolamento e indiferenciação (o mundo é ele).

      B. Período Simbólico - dos 2 anos aos 4 anos, aproximadamente.
      Neste período surge a função semiótica que permite o surgimento da linguagem, do desenho, da imitação, da dramatização, etc.. Podendo criar imagens mentais na ausência do objeto ou da ação é o período da fantasia, do faz de conta, do jogo simbólico. Com a capacidade de formar imagens mentais pode transformar o objeto numa satisfação de seu prazer (uma caixa de fósforo em carrinho, por exemplo). É também o período em que o indivíduo “dá alma” (animismo) aos objetos ("o carro do papai foi 'dormir' na garagem"). A linguagem está a nível de monólogo coletivo, ou seja, todos falam ao mesmo tempo sem que respondam as argumentações dos outros. Duas crianças “conversando” dizem frases que não têm relação com a frase que o outro está dizendo. Sua socialização é vivida de forma isolada, mas dentro do coletivo. Não há liderança e os pares são constantemente trocados.
      Existem outras características do pensamento simbólico que não estão sendo mencionadas aqui, uma vez que a proposta é de sintetizar as idéias de Jean Piaget, como por exemplo o nominalismo (dar nomes às coisas das quais não sabe o nome ainda), superdeterminação (“teimosia”), egocentrismo (tudo é “meu”), etc.

      C. Período Intuitivo - dos 4 anos aos 7 anos, aproximadamente.
      Neste período já existe um desejo de explicação dos fenômenos. É a “idade dos porquês”, pois o indíviduo pergunta o tempo todo. Distingue a fantasia do real, podendo dramatizar a fantasia sem que acredite nela. Seu pensamento continua centrado no seu próprio ponto de vista. Já é capaz de organizar coleções e conjuntos sem no entanto incluir conjuntos menores em conjuntos maiores (rosas no conjunto de flores, por exemplo). Quanto à linguagem não mantém uma conversação longa mas já é capaz de adaptar sua resposta às palavras do companheiro.
      Os Períodos Simbólico e Intuitivo são também comumente apresentados como Período Pré-Operatório.

      D. Período Operatório Concreto - dos 7 anos aos 11 anos, aproximadamente.
      É o período em que o indivíduo consolida as conservações de número, substância, volume e peso. Já é capaz de ordenar elementos por seu tamanho (grandeza), incluindo conjuntos, organizando então o mundo de forma lógica ou operatória. Sua organização social é a de bando, podendo participar de grupos maiores, chefiando e admitindo a chefia. Já podem compreender regras, sendo fiéis a ela, e estabelecer compromissos. A conversação torna-se possível (já é uma linguagem socializada), sem que no entanto possam discutrir diferentes pontos de vista para que cheguem a uma conclusão comum.

      E. Período Operatório Abstrato - dos 11 anos em diante.
      É o ápice do desenvolvimento da inteligência e corresponde ao nível de pensamento hipotético-dedutivo ou lógico-matemático. É quando o indivíduo está apto para calcular uma probabilidade, libertando-se do concreto em proveito de interesses orientados para o futuro. É, finalmente, a “abertura para todos os possíveis”. A partir desta estrutura de pensamento é possível a dialética, que permite que a linguagem se dê a nível de discussão para se chegar a uma conclusão. Sua organização grupal pode estabelecer relações de cooperação e reciprocidade.

      5 - A importância de se definir os períodos de desenvolvimento da inteligência reside no fato de que, em cada um, o indivíduo adquire novos conhecimentos ou estratégias de sobrevivência, de compreensão e interpretação da realidade. A compreensão deste processo é fundamental para que os professores possam também compreender com quem estão trabalhando.
      A obra de Jean Piaget não oferece aos educadores uma didática específica sobre como desenvolver a inteligência do aluno ou da criança. Piaget nos mostra que cada fase de desenvolvimento apresenta características e possibilidades de crescimento da maturação ou de aquisições. O conhecimento destas possibilidades faz com que os professores possam oferecer estímulos adequados a um maior desenvolvimento do indivíduo.
      “Aceitar o ponto de vista de Piaget, portanto, provocará turbulenta revolução no processo escolar (o professor transforma-se numa espécia de ‘técnico do time de futebol’, perdendo seu ar de ator no palco). (...) Quem quiser segui-lo tem de modificar, fundamentalmente, comportamentos consagrados, milenarmente (aliás, é assim que age a ciência e a pedagogia começa a tornar-se uma arte apoiada, estritamente, nas ciências biológicas, psicológicas e sociológicas). Onde houver um professor ‘ensinando’... aí não está havendo uma escola piagetiana!” (Lima, 1980, p. 131).

      O lema “o professor não ensina, ajuda o aluno a aprender”, do Método Psicogenético, criado por Lauro de Oliveira Lima, tem suas bases nestas teorias epistemológicas de Jean Piaget. Existem outras escolas, espalhadas pelo Brasil, que também procuram criar metodologias específicas embasadas nas teorias de Piaget. Estas iniciativas passam tanto pelo campo do ensino particular como pelo público. Alguns governos municipais, inclusive, já tentam adotá-las como preceito político-legal.
      Todavia, ainda se desconhece as teorias de Piaget no Brasil. Pode-se afirmar que ainda é limitado o número daqueles que buscam conhecer melhor a Epistemologia Genética e tentam aplicá-la na sua vida profissional, na sua prática pedagógica. Nem mesmo as Faculdades de Educação, de uma forma geral, preocupam-se em aprofundar estudo nestas teorias. Quando muito oferecem os períodos de desenvolvimento, sem permitir um maior entendimento por parte dos alunos.



Jean Piaget

Pré-operatório

Pré-operatório

 É nesta fase que surge, na criança, a capacidade de substituir um objecto ou acontecimento por uma representação, esta substituição é possível, conforme Piaget, graças à função simbólica. Neste estagio a criança já não depende unicamente de suas sensações, de seus movimentos, mas já distingue um significador (imagem, palavra ou símbolo) daquilo que ele significa (o objecto ausente), o significado, é importante ressaltar o carácter lúdico do pensamento simbólico. Assim este estágio é também muito conhecido como o estágio da Inteligência Simbólica.
Contudo, lembra que a actividade Sensório-motor não está esquecida ou abandonada, mas refinada e mais sofisticada, pois verifica-se que ocorre uma crescente melhoria na sua aprendizagem, permitindo que a mesma explore melhor o ambiente, fazendo uso de mais e mais sofisticados movimentos e percepções intuitivas.
A criança deste estágio: é egocêntrica, centrada em si mesma, e não consegue se colocar, abstractamente, no lugar do outro, não aceita a ideia do acaso e tudo deve ter uma explicação, já pode agir por simulação, "como se", possui percepção global sem discriminar detalhes e deixa-se levar pela aparência sem relacionar fatos. Podemos dizer que a criança e egocentrista da suya maneira ou seja, implica a ausência da necessidade, por parte da criança, de explicar aquilo que diz, por ter certeza de estar sendo compreendida. Da mesma forma, o egocentrismo é responsável por um pensamento pré-lógico, pré-causal, mágico, animista e artificialista. O raciocínio infantil não é nem dedutivo nem indutivo, mas transdutivo, indo do particular ao particular; o juízo não é lógico por ser centrado no sujeito, em suas experiências passadas e nas relações subjetivas que ele estabelece em função das mesmas. Os desejos, as motivações e todas as características conscientes, morais e afetivas são atribuídas às coisas (animismo). A criança pensa, por exemplo, que o cão ladre porque está com saudades da mãe. Por outro lado, para as crianças até os sete ou cinco anos de idade, os processos psicológicos internos têm realidade física: ela acha que os pensamentos estão na boca ou os sonhos estão no quarto. Dessa confusão entre o real e o irreal surge a explicação artificialista, segundo a qual, se as coisas existem é porque alguém as criou.
Do ponto de vista do juízo moral observa-se que, a princípio, a moral é totalmente heterônoma, passando a autônoma na medida em que a criança começa a sair do seu egocentrismo e compreender a necessidade da justiça equânime e da responsabilidade individual e coletiva, independentes da autoridade ou da sanção imposta.

Outros Estágios

Para Piaget os estágios e períodos do desenvolvimento caracterizam as diferentes maneiras do indivíduo interagir com a realidade, ou seja, de organizar seus conhecimentos visando sua adaptação, constituindo-se na modificação progressiva dos esquemas de assimilação. Os estágios evoluem como uma espiral, de modo que cada estágio engloba o anterior e o amplia. Piaget não define idades rígidas para os estágios, mas sim que estes se apresentam em uma sequência constante. Ele divide toda a evolução da criança em 4 estágios, nesta parte só se fará referencia a três visto que o estágio pré-operatório, já foi posteriormente desenvolvido
Estágio Sensório-motor, mais ou menos de 0 a 2 anos: a actividade intelectual da criança é de natureza sensorial e motora. A principal característica desse período é a ausência da função semiótica, isto é, a criança não representa mentalmente os objectos. Sua acção é directa sobre eles. Essas actividades serão o fundamento da actividade intelectual futura. A estimulação ambiental interferirá na passagem de um estágio para o outro.
Estágio das operações concretas, mais ou menos dos 7 aos 11 anos: a criança já possui uma organização mental integrada, os sistemas de acção reúnem-se em todos integrados. Piaget fala em operações de pensamento ao invés de acções.  É capaz de ver a totalidade de diferentes ângulos. Conclui e consolida as conservações do número, da substância e do peso. Apesar de ainda trabalhar com objectos, agora representados, sua flexibilidade de pensamento permite um sem número de aprendizagens.
Estágio das operações formais, mais ou menos dos 12 anos em diante: ocorre o desenvolvimento das operações de raciocínio abstracto. A criança se liberta inteiramente do objecto, inclusive o representado, operando agora com a forma (em contraposição a conteúdo), situando o real em um conjunto de transformações. A grande novidade do nível das operações formais é que o sujeito torna-se capaz de raciocinar correctamente sobre proposições em que não acredita, ou que ainda não acredita, que ainda considera puras hipóteses. É capaz de inferir as consequências. Tem início os processos de pensamento hipotético-dedutivos.

Conclusão

Os estágios de desenvolvimento cognitivo forneceram indicadores para a definição da complexidade da situação, ou seja, deve-se propor situações de aprendizagem compatíveis com o estágio actual de desenvolvimento cognitivo do aluno;
Para Piaget aprender é actuar sobre o objecto da aprendizagem para compreende-lo e modifica-lo. Daí surge o outro conceito chave - a aprendizagem activa, como aprender é uma continua adaptação ao meio externo, aprende-se quando se entra em conflito cognitivo - ou seja - quando somos defrontados com uma situação que não sabemos resolver. O organismo se desequilibra frente ao novo, mas como todo organismo vivo procuramos o equilíbrio. Para encontrar o equilíbrio, lançamos mão de um complexo processo de adaptação. Adaptação é o processo pelo qual o sujeito adquire um equilíbrio entre assimilação e acomodação. A assimilação refere-se à introdução de conhecimentos sobre o meio e a incorporação ao conjunto de conhecimentos já existentes. Através da incorporação, a estrutura de conhecimento existente se modifica de modo a acomodar-se a novos elementos - tal modificação é denominada acomodação. Equilíbrio é o processo de organização das estruturas cognitivas num sistema coerente, interdependente, que possibilita ao indivíduo a adaptação à realidade. É a partir deste entendimento que as situações de aprendizagem baseiam-se em jogos e desafios, nos quais o sujeito é defrontado com um problema novo para resolver.

Peródo sensório-motor

Período sensório-motor é o período da vida do ser humano compreendido entre o nascimento e os dois anos de idade.
As principais aquisições do período sensório-motor, destaca-se a construção da noção do "eu", através da qual a criança diferencia o mundo externo do seu próprio corpo. O bebê o explora, percebe suas diversas partes experimenta emoções diferentes,formando a base do seu autoconceito. Ao longo desta etapa, a criança irá elaborar a sua organização psicológica básica, seja no aspecto motor, no perceptivo, no afetivo, no social e no intelectual. Para Piaget nesse periodo há existência de inteligência antes da linguagem. Essencialmente prática, isto é, tendente a resultados favoráveis e não ao enunciado de verdades, essa inteligência nem por isso deixa de resolver, finalmente, um conjunto de problemas de ação (alcançar objetos afastados, escondidos, etc.), construindo um sistema complexo de esquemas de assimilação, e de organizar o real de acordo com o conjunto de estruturas espácio-temporais e causais.

A ausência da função semiótica é a principal característica deste período. A inteligência trabalha através das percepções (simbólico) e das ações (motor) através dos deslocamentos do próprio corpo. É uma inteligência iminentemente prática. Sua linguagem vai da ecolalia (repetição de sílabas) à palavra-frase ("água" para dizer que quer beber água) já que não representa mentalmente o objeto e as ações. Sua conduta social, neste período, é de isolamento e indiferenciação (o mundo é ele).
Segundo LA TAILLE, Piaget usa a expressão "a passagem do caos ao cosmo" para traduzir o que estuda sobre a construcão do real descreve e explica. De acordo com a tese [piagetiana]"a criança nasce em um universo para ela caótico,habitado por objetos evanescentes (que desapareceriam fora do campo da percepcão),com tempo e espaço subjetivamente sentidos, e causalidades reduzidas ao poder das ações, em uma forma de onipotência"
No recém nascido portanto, as funçães mentais limitam-se ao exercício dos aparelhos reflexos inatos. Assim sendo, o universo que circunda a criança e conquista mediante a percepção e os movimentos (como a sucção,o movimento dos olhos, por exemplo).
Progressivamente a criança vai aperfeicoando tais movimentos reflexos e adquirindo habilidades e chega ao final do período sensório-motor já se concebendo dentro de um cosmo.
No estágio sensório-motor,a criança busca adquirir controle motor e aprender sobre os objetos físicos que o rodeiam.Nesse estágio o bebê adquire o conhecimento por meio de suas próprias ações que são controladas por informações sensoriais imediatas.
O estágio divide-se em até seis subestágios nos quais o bebê apresenta desde reflexos impensados até uma capacidade de representar o uso de símbolos.
  • As principais características observáveis durante essa fase que é até os dois anos de idade da criança são:
    • A exploração manual e visual do ambiente;
    • A experiência obtida com ações(a imitação);
    • A inteligência prática(através de ações);
    • Ações como agarrar,sugar,atirar,bater e chutar;
    • As ações ocorrem antes do pensamento;
    • A centralização no próprio corpo;
    • Noção de permanência do objeto.

Semináro...19/06/2011... O ser humano e suas dimensões... Preceptora: Fernanda Capilluppi

Jean Piaget (1896-1980)


Teoria sobre o desenvolvimento da criança.


Jean Piaget (1896-1980), que é a referência deste nosso trabalho, não foge à regra, na medida em que ela busca, como as demais, compreender o desenvolvimento do ser humano. No entanto, ela se destaca de outras pelo seu caráter inovador quando introduz uma 'terceira visão' representada pela linha interacionista que constitui uma tentativa de integrar as posições dicotômicas de duas tendências teóricas que permeiam a Psicologia em geral - o materialismo mecanicista e o idealismo - ambas marcadas pelo antagonismo inconciliável de seus postulados que separam de forma estanque o físico e o psíquico.
Um outro ponto importante a ser considerado, segundo estudiosos, é o de que o modelo piagetiano prima  pelo rigor científico de sua produção, ampla e consistente ao longo de 70 anos, que trouxe contribuições práticas importantes, principalmente, ao campo da Educação - muito embora, curiosamente aliás, a intenção de Piaget não tenha propriamente incluído a idéia de formular uma teoria específica de aprendizagem.

A visão interacionista de Piaget: a relação de interdependência entre o homem e o objeto do conhecimento
Introduzindo uma terceira visão teórica representada pela linha interacionista, as idéias de Piaget contrapõem-se, conforme mencionamos mais acima, às visões de duas  correntes antagônicas e inconciliáveis que permeiam a Psicologia em geral: o objetivismo e o subjetivismo. Ambas as correntes são derivadas de duas grandes vertentes da Filosofia (o idealismo e o materialismo mecanicista) que, por sua vez, são herdadas do dualismo radical de Descartes que propôs a separação estanque entre corpo e alma, id est, entre físico e psíquico. Assim sendo, a Psicologia objetivista, privilegia o dado externo, afirmando que todo conhecimento provém da experiência; e a Psicologia subjetivista, em contraste, calcada no substrato psíquico, entende que todo conhecimento é anterior à experiência, reconhecendo, portanto, a primazia do sujeito sobre o objeto.
 conceito de equilibração torna-se especialmente marcante na teoria de Piaget pois ele representa o fundamento que explica todo o processo do desenvolvimento humano. Trata-se de um fenômeno que tem, em sua essência, um caráter universal, já que é de igual ocorrência para todos os indivíduos da espécie humana mas que pode sofrer variações em função de conteúdos culturais do meio em que o indivíduo está inserido. Nessa linha de raciocínio, o trabalho de Piaget leva em conta a atuação de  2 elementos básicos ao desenvolvimento humano: os fatores invariantes e os fatores variantes.
 

(a) Os fatores invariantes:  Piaget postula que, ao nascer, o indivíduo recebe como herança uma série de estruturas biológicas - sensoriais e neurológicas - que permanecem constantes ao longo da sua vida. São essas estruturas biológicas que irão predispor o surgimento de certas estruturas mentais. Em vista disso, na linha piagetiana, considera-se que o indivíduo carrega consigo duas marcas inatas que são a tendência natural à organização e à adaptação, significando entender, portanto, que, em última instância,  o 'motor' do comportamento do homem é inerente ao ser.

(b) Os fatores variantes: são representados pelo conceito de esquema que constitui a unidade básica de pensamento e ação estrutural do modelo piagetiano, sendo um elemento que se tranforma no processo de interação com o meio, visando à adaptação do indivíduo ao real que o circunda. Com isso, a teoria psicogenética deixa à mostra que a inteligência não é herdada, mas sim que ela é construída no processo interativo entre o homem e o meio ambiente (físico e social) em que ele estiver inserido.
Em síntese, pode-se dizer que, para Piaget, o equilíbrio é o norte que o organismo almeja mas que paradoxalmente nunca alcança (La Taille, op.cit.), haja vista que no processo de interação podem ocorrer desajustes do meio ambiente que rompem com o estado de equilíbrio do organismo, eliciando esforços para que a adaptação se restabeleça. Essa busca do organismo por novas formas de adaptação envolvem dois mecanismos que apesar de distintos são indissociáveis e que se complementam: a assimilação e a acomodação.

(a) A assimilação consiste na tentativa do indivíduo em solucionar uma determinada situação a partir da estrutura cognitiva que ele possui naquele momento específico da sua existência. Representa um processo contínuo na medida em que o indivíduo está em constante atividade de interpretação da realidade que o rodeia e, consequentemente, tendo que se adaptar a ela. Como o processo de assimilação representa sempre uma tentativa de integração de aspectos experienciais aos esquemas previamente estruturados, ao entrar em contato com o objeto do conhecimento o indivíduo busca retirar dele as informações que lhe interessam deixando outras que não lhe são tão importantes (La Taille, vídeo), visando sempre a restabelecer a equilibração do organismo.

(b) A acomodação, por sua vez,  consiste na capacidade de modificação da estrutura mental antiga para dar conta de dominar um novo objeto do conhecimento. Quer dizer, a acomodação representa "o momento da ação do objeto sobre o sujeito" (Freitas, op.cit.:65) emergindo, portanto, como o elemento complementar das interações sujeito-objeto.  Em síntese, toda experiência é assimilada a uma estrutura de idéias já existentes (esquemas) podendo provocar uma transformação nesses esquemas, ou seja, gerando um processo de acomodação. Como observa Rappaport (1981:56),

os processos de assimilação e acomodação são complementares e acham-se presentes durante toda a vida do indivíduo e permitem um estado de adaptação intelectual (...) É muito difícil, se não impossível, imaginar uma situação em que possa ocorrer assimilação sem acomodação, pois dificilmente um objeto é igual a outro já conhecido, ou uma situação é exatamente igual a outra.
Vê-se nessa idéia de "equilibração" de Piaget a marca da sua formação como Biólogo que o levou a traçar um paralelo entre a evolução biológica da espécie e as construções cognitivas. Tal processo pode ser representado pelo seguinte quadro:

ambiente
è
desequilíbrio
è
adaptação
è
equilibração majorante
       
í             î
   
     
assimilação
 
acomodação